Aprenda como fazer apostilas responsivas de forma simples e rápida


Nos últimos anos, a produção de material de apoio para cursos online, presenciais, híbridos por natureza e híbridos por circunstância, se transformou. Em um primeiro momento, isso exigiu que materiais anteriormente utilizados em sala de aula fossem transformados em arquivos digitais. No entanto, já há vários anos, temos desenvolvido apostilas e ebooks que são concebidos para existir somente na forma digital.
 

Como todos sabemos, o compartilhamento desse material, inclusive textos, é geralmente feito em PDF e arquivos de Power Point. O problema desses formatos é que eles dificultam tremendamente a leitura, prejudicando inclusive a absorção de conteúdo. É bastante desconfortável ler um documento PDF na tela do celular e, dependendo do documento, também na tela de um tablet.  

Disso não há escapatória: todo material educacional em formato digital será inevitavelmente acessado por meio de diversos tipos de dispositivos. (Coordeno uma escola privada que não é barata e, mesmo assim, muitos alunos não possuem um computador dedicado para os estudos, ou sequer possuem um em casa.) Exatamente por isso, apostilas digitais devem ser responsivas, ou seja, devem se adaptar ao formato e tamanho na tela dos dispositivos pelos quais serão acessadas, entre eles computadores, notebooks ou celulares. 

Nesse texto, vamos listar alguns dos melhores recursos para elaboração de apostilas responsivas. Acredite, é muito mais fácil do que parece!  

1. Microsoft Sway 

Recursos do ecossistema Office 365 são geralmente gratuitos para instituições de ensino. Esse plano gratuito, chamado de A1, é excelente e inclui recursos que podem ajudar muito na gestão da sua instituição, do acadêmico ao financeiro. Escrevemos sobre isso neste texto.  

Um desses recursos do plano A1 é o Microsoft Sway, que possibilita a conversão de arquivos diretamente do Microsoft Word ou Powerpoint em um documento responsivo. Basta clicar em Arquivo e depois em Transformar. O próprio Microsoft Word ou Powerpoint vão abrir uma caixa de seleção na qual você pode escolher o design e clicar e na sequência, em Transformar de novo. Pronto está feito. Seu documento agora é um link responsivo. Você ainda pode gerar um código para incorporar como uma página de internet em seu LMS, sua plataforma EAD ou mesmo seu site. 

O Sway permite que o usuário realize algumas configurações básicas, como alterar o tamanho do texto, a fonte, a proporção de imagens em relação ao texto, configuração visual de um conjunto de imagens e a disposição de um recurso multimídia em relação ao texto, entre outros.  

Sim, como a listagem acima sugere, é possível inserir recursos multimídia dentro do documento. Ou melhor, qualquer recurso que permita a incorporação de um código HTML, como, por exemplo, um vídeo do Vimeo ou YouTube, um podcast, uma pesquisa de satisfação feita no Microsoft Forms e assim por diante. Para crianças e jovens existe a possibilidade de se incorporar jogos e testes dentro do documento responsivo.  

2. Google sites 

Outra solução interessante é o Google Sites, gratuito para quem tem uma conta Google pessoal. Precisamos lembrar aqui a limitação do plano gratuito que é 15 Gb de espaço no Google Drive. (Um parêntese para comparação. O plano A1 da Microsoft para escolas oferece 1TB para cada conta e o número de contas é praticamente ilimitado.)  

De qualquer forma, a solução da Google é uma opção gratuita e fácil de usar. Importante entender que o Google sites não foi pensado tendo a educação como um fim, portanto, não espere achar um template pronto para apostilas e material educacional. Aliás, Ok Google! Que tal pensar no assunto?  

Assim como no Microsoft Sway, é possível incorporar conteúdo multimídia, em si algo sensacional para materiais educativos. Contudo, o trabalho para quem quer fazer a transição de um documento comum para um documento responsivo é maior. É preciso copiar e colar o conteúdo dentro de uma caixa de textos, já que não há uma função dedicada de importação ou exportação de documentos.  

Por um outro lado, você vai encontrar outros recursos que não estão disponíveis de forma tão direta no Microsoft Sway, como Mapas, Agenda, Planilhas e gráficos. O ecossistema Google oferece muita coisa interessante e com um pouco de criatividade é possível desenhar soluções bem sofisticadas para o ensino.  

Portanto, enquanto o Microsoft Sway vai facilitar o trabalho de transformação de conteúdos não responsivos para o formato responsivo, o Google sites vai te oferecer mais possibilidades de recursos diretamente sugeridos e disponíveis em seu menu. Importante considerar que com o Microsoft Sway é possível fazer basicamente as mesmas coisas que você encontrará no Menu do Google sites. O percurso, porém, será um pouco menos intuitivo e imediato. Por exemplo, usando o map-generator da própria google, você pode gerar um código HTML e incorporar em um documento Sway. O caminho é mais longo, mas o resultado é basicamente o mesmo. 

3. WordPress  

Não há de saída uma forma de transformar documentos simples em documentos de WordPress responsivos. No entanto, no mundo WordPress há sempre um plugin para a função que você quiser imaginar, também há uma solução para este fim. Trata-se do plugin Plugmatter, um importador de conteúdos de Word para WordPress. Com este plugin é possível adiantar bastante o trabalho de quem quer fazer a transição de muitos documentos para uma solução com recurso responsivo.  

Dentro do WordPress, tal como você encontra no Microsoft Sway e no Google Sites, você pode incorporar toda sorte de conteúdo multimídia, modificar o layout da página, adicionar imagens, títulos e subtítulos. Além disso, é restringir o acesso ao conteúdo a alunos matriculados nos seus cursos.  

Para quem tem sua plataforma LMS construída em WordPress, essa é sem dúvida uma solução a ser considerada. Para quem não tem, pense seriamente em fazer a transição: o conjunto de funcionalidades e o custo-benefício é de longe o melhor do mercado hoje. (Escrevemos sobre isso neste texto no nosso blog). Se você não tem nada construído em WordPress, nem mesmo seu site, as duas opções anteriores são definitivamente melhores. 

4. Ferramentas dentro do seu LMS 

Algumas plataformas LMS tem uma solução para a criação de documentos responsivos. A Blackboard, por exemplo, tem o seu Blackboard Ally File Transformer. O Moodle tem o recurso Livro, que, apesar de bastante completo em funcionalidades, não possui um sistema de importação e transformação de um arquivo comum em um documento responsivo.  Portanto, para quem pode ser excelente para quem vai começar do zero, mas não é indicado para quem pretende partir de documentos pré-existentes. Diferente dos demais, o recurso Livro no Moodle fica preso dentro da estrutura visual da sua plataforma. Ou seja, todos os menus e toda a arquitetura do LMS fica visível no celular, deixando menos espaço para o texto em si. Portanto, a experiência de leitura não é tão boa quanto nos recursos citados anteriormente.  

O que importa aqui é ficar atento se seu LMS já não possui um recurso de produção de conteúdo responsivos nativo. Procure saber na documentação ou com o desenvolvedor. Compare com as soluções citadas para entender essa é uma boa opção para você.  

5. Sistema de autoração de conteúdo  

Adobe Captivate, Articulate e Ispring são os softwares mais conhecidos para autoração de conteúdo interativo e responsivo para o ensino. Na verdade, são soluções que até podem acomodar a criação de material de apoio, mas vão muito além disso. Com elas é possível se criar um curso inteiro com testes, exercícios e progressão do aluno. Para sincronizar com sua plataforma LMS, todas estas ferramentas possuem a opção de exportar o resultado como um pacote Scorm.  

Para um perfil mais ágil de criação de conteúdo responsivo, eu não recomendaria começar por ferramentas de autoração como estas citadas. E, tendo em vista que seu propósito e sua natureza transcendem expressivamente a criação de material de apoio, que é o nosso tema central, creio que vale um post reservado apenas este tipo de solução e todas as suas possibilidades e vantagens.  

No entanto, se você é um profissional que já usa essas soluções e domina os recursos que elas oferecem, esse talvez seja um bom caminho. Bom lembrar que nenhuma delas possui recurso de importação de documentos tradicionais para a transformação em formato responsivo.  

6. Apps para a construção de Ebook  

Uma outra possibilidade são apps de construção de Ebook como o Designrr. Trata-se de um aplicativo pago, voltado sobretudo para construir ebooks para captação de leads e processos de funil de vendas. O conjunto de recursos é sensacional. Em primeiro lugar a produção do material é facilitada por um sistema de importação bastante generoso. Você pode escolher entre URL, Arquivo – PDF e Word – ou mesmo uma página do Facebook.  

Conclusão  

Possibilidades não faltam para sua escola ou instituição transformar seus materiais em documentos com responsividade. Se sua instituição já trabalha com Microsoft, o Microsoft Sway é sem dúvida alguma a melhor opção. Isso porque certamente seus textos já são produzidos em Microsoft Word. O mesmo vale para o Google Sites. Se sua instituição está trabalhando com o Google Workspace para Educação, o Google sites faz mais sentido.  

Já o WordPress tem uma curva de aprendizado um pouco maior que as soluções anteriores. Entretanto, se sua instituição acomoda seus cursos em um LMS baseado em WordPress certamente você fará uma boa escolha integrando plugins e soluções para chegar em um resultado parecido com o que Sway e Google Sites oferecem. 

Seja qual for sua escolha, seus ebooks e apostilas precisam contar com o recurso de responsividade. Seus alunos irão agradecer.  


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